Escrevi com lápis,
nas paredes do quarto
Escrevi que chorava,que gritava..
para que não precisasse fazê-lo
Escrevi as mentiras,para que das paredes
elas jamais saíssem.
Marquei nas paredes o tempo exato,a hora certa,minutos,segundos
para que pudesse perdê-los.
Fingi que não existia o passado,que não havia presente,futuro,que nada tinha sido criado,tinha sido feito,tinha sido errado.
Escrevi no chão,no teto,nas quinas,até não haver mais espaço e nem força
Também acabaram as folhas de papel,os versos em branco,e os dedos
Acabou o canto,o encanto,o zelo,o respeito,o pranto.
Inspirou-se tanto,programou-se tanto,e caiu no mesmo erro.
Soube de si,humano,sina que não mais quis.
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