sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A ilusão em cada rosto

Ando encenando um papel
Ouvindo música alta
Ando como se não existisse
Olhando do alto os outros
Vendo o que fazem,como se fosse um espetáculo

E nisso vivo em sobressaltos
Olhando cada janela de ônibus
Cada cabelo negro e longo
Cada Estatura baixa
Olho os meus lados,olho defronte e para trás
Nos andares acima,nos desníveis
Como se fosse haver a cada passo um encontro

Vivo assim como num conto
A eterna espera
De toda espera que tenho,nenhuma me incomoda tanto
E é a que nunca irá chegar
Talvez um dia,reza a esperança
Talvez jamais,vislumbram os olhos reais

Cada esquina vira um impulso
Cada curva um possível milagre
Cada engano uma morte
Cada erro um disfarce

Sigo assim como um ator
Frente câmera gravando
Atuando minha dor
Que sinto fora das tomadas
Dor que não precisa ser editada pra existir

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